Quando o assunto é a utilização da linguagem correta para se obter uma boa comunicação, as pessoas se preocupam (ou não) com o uso adequado dos tempos verbais, a pontuação, a escrita correta das palavras e aonde vai cada porque (ou seria por quê?). É bem verdade que essas preocupações são genuínas. Falar e escrever corretamente são fatores importantes dentro do processo de comunicação.
Entretanto, é importante observar que existem inúmeras formas corretas de transmitir a mesma mensagem. Sendo assim, a pergunta fundamental é: como escolher a forma mais adequada?
Revisando rapidamente os elementos básicos da comunicação e tomando como exemplo uma troca de informações entre setores de uma mesma empresa, temos:
Remetente: quem envia a mensagem (pessoa do setor de marketing).
Mensagem: conteúdo a ser compartilhado (solicitação de informações sobre as vendas do mês anterior).
Código: elementos utilizados para transmitir a mensagem (texto em língua portuguesa).
Canal: por onde a mensagem é difundida (aplicativo de troca de mensagens).
Destinatário: a quem a mensagem é destinada (pessoa do setor comercial).
Como o nosso objetivo é utilizar a linguagem mais adequada, vamos focar nas diferentes possibilidades na hora de escolher o código a ser utilizado.
No exemplo acima, o código utilizado foi o texto em língua portuguesa (linguagem escrita), mas poderia ser um áudio (linguagem falada). Conectando isso à nossa questão central: qual a linguagem mais adequada? Partindo de que você consegue reproduzir a mensagem em ambos os formatos e o canal utilizado suporta as duas possibilidades, a decisão de qual utilizar deve ter como foco o receptor da mensagem. Saber se a pessoa é mais visual ou auditiva certamente ajuda muito, mas nem sempre essa informação estará disponível. O uso combinado das duas linguagens pode ser uma alternativa interessante, trazendo a mensagem de forma completa através de um áudio e reforçando os pontos mais importantes através de texto.
Definido o uso da linguagem escrita, falada ou ambas, é preciso decidir qual o grau de formalidade dessa linguagem. Por mais que você tenha um perfil mais informal, em algumas situações sua comunicação precisará ser mais formal e vice-versa. Enviar uma mensagem totalmente informal ao seu superior ou alguém desconhecido, pode soar como rude ou pouco profissional. Da mesma forma, uma comunicação extremamente rebuscada com um colega do seu dia a dia pode parecer soberba ou antiquada.
Outro ponto de atenção importante é observar o meio em que você (remetente) e a outra pessoa (destinatário) estão inseridos. Se você trabalha em uma startup, por exemplo, certamente sua linguagem será diferente de alguém que trabalha em um escritório de advocacia. Trabalhando em uma startup, você tem um padrão de linguagem interno que precisará, muitas vezes, se adaptar quando a comunicação se estabelece com o meio externo (mercado). Note que a palavra é adaptação e não abandono da linguagem usada internamente.
Como as pessoas, cada empresa tem uma identidade e é preciso que o remetente tenha sensibilidade para adaptar sua linguagem na hora de enviar uma mensagem a um destinatário inserido em outra realidade. Afinal, é impossível ter scripts prontos para todas as possibilidades de interação com diferentes destinatários.
Lembre-se: observar a identidade da sua empresa, ter clareza na mensagem, utilizar o canal mais adequado, além de adaptar a linguagem as peculiaridades do destinatário são passos essenciais para se estabelecer uma boa comunicação. Afinal:
“Comunicação não é o que você fala, mas o que o outro compreende do que foi dito”.
– Claudia Belucci